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Notícia postada no dia 27/10/2014
Notícia postada no dia 27/10/2014
Derrotado por Dilma Rousseff (PT) na disputa deste domingo (26), Aécio Neves teve o melhor resultado do PSDB em eleições presidenciais desde 2002. Com 48% dos votos, o tucano superou o desempenho de José Serra e Geraldo Alckmin, candidatos em pleitos anteriores.
Ele só perde para Fernando Henrique Cardoso, que em 1994, impulsionado pelo sucesso do Plano Real, foi eleito já em primeiro turno, feito que se repetiu em 1998.
Apesar de ter largado na frente nas pesquisas neste segundo turno e do apoio de Marina Silva (PSB) à sua campanha, o tucano perdeu fôlego na reta final da disputa. Mesmo assim, o bom resultado obtido nas urnas consolida seu nome no quadro político do PSDB.
Mais do que uma renovação, o sucesso de Aécio forma uma alternativa ao eixo paulista do partido, cuja liderança é contestada pelos mineiros. Desde 1989, com Mário Covas, os tucanos tiveram alguém que fez carreira política em São Paulo como candidato à Presidência. Aécio almejava a disputa presidencial já em 2010, mas, na ocasião, Serra foi o escolhido pela agremiação.
Nesta eleição, São Paulo deu ao candidato tucano sua votação mais expressiva. Ele superou a petista no Estado por quase 7 milhões de votos.
A candidatura de Aécio também marcou posição ao defender o legado de Fernando Henrique Cardoso e expor publicamente o ex-presidente, postura diferente do que tiveram Alckmin e Serra quando foram candidatos.
Em recente entrevista, o ex-presidente elogiou a lealdade de Aécio, mas poupou críticas a Serra e Alckmin, ao afirmar que "não adianta dizer as coisas que as pessoas não querem ouvir".
Com a derrota, Aécio volta ao Senado, e tentará fortalecer sua plataforma de oposição ao governo Dilma. Durante toda a campanha, o tucano marcou posição antipetista e chegou a dizer que iria "libertar o país do PT".
O tom duro da disputa deve ajudar a tarefa de contraposição de ideias. Especialmente durante o segundo turno, a troca de propostas foi substituída por ataques entre PT e PSDB. A agressividade dos candidatos nos debates motivou, por exemplo, o surgimento de peças publicitárias associando Aécio a agressões contra mulheres.
Eleições anteriores
Antes deste ano, a disputa de segundo turno mais apertada havia sido em 1989, o único ano em que a votação petista foi inferior a de Dilma em 2014. Na primeira eleição pós-redemocratização, Collor derrotou Lula por 53% a 47%.
Há 20 anos, tucanos e petistas polarizam a disputa presidencial. Desde 2002, o presidente só é conhecido após duas rodadas de votação. Lula, que foi candidato em 2002 e 2006, conseguiu 61% dos votos no segundo turno das duas disputas, contra Serra e Alckmin, respectivamente. Já com Dilma, há quatro anos, a vantagem do PT diminuiu: a então candidata foi eleita com 56% dos votos, contra 44% de Serra (PSDB).
Do UOL, em São Paulo