sexta-feira, 11 de novembro de 2016


Empresários recebendo
Bolsa Família pagou R$ 56 milhões a falsos pobres em Alagoas
Raio-X do MPF vê 14 mil perfis suspeitos do Bolsa Família em AL
Publicado: 11 de novembro de 2016 às 10:20
Davi Soares
Através do projeto “Raio-X do Bolsa Família”, o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) divulgou na manhã desta sexta-feira (11) o diagnóstico de um desvio de R$ 56 milhões em benefícios do Bolsa Família pagos irregularmente a quase 14 mil alagoanos, entre 2013 e maio de 2016. O pagamento a perfis falsos representou 2,08% do montante dos R$ 2,7 bilhões pagos a 618.953 beneficiários do programa do Governo Federal no Estado mais pobre do Brasil, que teve 2,25% dos beneficiários considerados suspeitos. O MPF em Alagoas expediu recomendações a todas as 102 prefeituras para que realizem visitas domiciliares aos 13.936 beneficiários do programa Bolsa Família, suspeitos de não cumprir os requisitos econômicos estabelecidos pelo Governo Federal para recebimento do benefício.
Nesta primeira fase foram encontrados indícios de irregularidades em todos os municípios alagoanos, razão por que foram expedidas recomendações a todas as prefeituras. Ainda assim, Alagoas foi o antepenúltimo Estado em número de perfis de beneficiários suspeitos no Brasil.
Maceió é a 19ª capital do País e sexta do Estado em número de suspeitas, com 3,35% do total de perfis de beneficiários considerados suspeitos. O município de Rio Largo é o campeão alagoano do ranking de pagamentos irregulares do Bolsa Família, com 4,3% de perfis suspeitos, seguido de Penedo com 4,17% e Pilar com 3,60%. Já o município de Belém apresentou o menor percentual de perfis suspeitos, com apenas 0,39% com relação ao total de recursos pagos pelo programa.
AS SUSPEITAS
O diagnóstico apontou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do Bolsa Família. Do montante de R$ 56 milhões pago a perfis suspeitos foram R$ 50 milhões pagos a empresários; R$ 4 milhões a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; R$ 1 milhão pagos a beneficiários falecidos; R$ 167 mil a doadores de campanhas que doaram valores superiores ao benefício recebido; R$ 66 mil a servidores públicos doadores de campanha (independentemente do valor da doação).
Veja o Raio-X das irregularidades:

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