Biólogo é acusado de ordenar morte de boto para forjar denúncia no Fantástico
O biólogo Richard Rasmussen, conhecido por seus programas sobre natureza na televisão, é acusado de pagar pescadores para matar um boto rosa e, com isso, obter imagens chocantes utilizadas em uma reportagem do jornalístico Fantástico, da TV Globo. Por causa disso, o governo federal decretou uma moratória que proíbe a pesca de piracatinga durante cinco anos, a fim de proteger o boto rosa, mamífero em extinção usado como isca. De acordo com o site Notícias da TV, a acusação é do documentário norte-americano A River Below (Um Rio Abaixo, em tradução livre), do diretor Mark Grieco, exibido no fim de abril no Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York. Grieco veio ao Brasil gravar imagens para a obra após ver as imagens exibidas no dominical. As cenas fortes supostamente forjadas por Rasmussen foram exibidas pelo Fantástico em julho de 2014, em uma reportagem de Sônia Bridi que mostrou como pescadores caçavam o boto rosa e usavam sua carne de isca para pescar piratinga, um peixe carniceiro valioso na região. Ainda segundo a publicação, o Fantástico não identificou o biólogo como autor dos vídeos e informou que eles foram cedidos pela Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), da qual o apresentador é associado. A reportagem também não afirma que os pescadores teriam sido pagos para caçar o animal. Rasmussen confirmou ter participado da gravação, mas negou ter pago aos pescadores para que matassem o boto. "Eu nunca pagaria ou mesmo participaria do sacrifício de qualquer animal. A matança dos botos é monitorada há anos por ambientalistas e já estava sendo investigada pelo Ministério Público. Minha intenção foi alertar o grande público que a matança de botos é uma realidade dura e cruel", conta ele.
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