virgindade ainda está em leilão”
Victor Uchôa
De
repente, duas moedas de 25 centavos voam em direção à jovem de 18 anos
que, metida numa apertada saia de cintura alta, tênis sneaker nos pés e
olhar oculto por grandes óculos escuros de aro lilás, dá explicações
sobre a decisão de leiloar a virgindade na internet: “Foi pelo dinheiro
mesmo, mas eu queria ajudar minha mãe e garantir um futuro melhor pra
gente”.
Em Sapeaçu, a 156 quilômetros de
Salvador, esse é o mantra que Rebeca Bernardo Ribeiro repete nos últimos
dias. Há uma semana, ela postou no site Youtube um vídeo em que oferece sua primeira vez para aquele que resolver coçar o bolso com mais vontade. Para o bem ou para o mal, virou alvo imediato de todos os olhares da cidade de 16,5 mil habitantes.
Após a divulgação do vídeo, a (ainda)
moça é obrigada a conviver com zombarias como a das moedas voadoras e
incontáveis chacotas. “Já me ofereceram R$ 1,99. Teve um que escreveu
que dava cinco centavos e queria o troco. Não tá vendo essas moedas aí?
Pelo menos já tenho 50 centavos”, diz Rebeca, vendo graça nas
consequências da sua decisão.
“Fiquei assustada com toda essa
repercussão. Não esperava que fosse assim. Mas minha virgindade ainda
está em leilão”, atesta ela, afirmando já ter recebido um lance real de
R$ 60 mil, o que acha pouco. “Talvez por esse valor eu aceite, mas
espero ainda uma proposta maior. Se valer a pena, eu faço”, completa,
optando sempre pelo eufemismo “coisas íntimas” em lugar do popular
“sexo”.
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