quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

PT procurou militares para discutir soltura de Lula antes de liminar de Marco Aurélio


PT procurou militares para discutir soltura de Lula antes de liminar de Marco AurélioHá duas semanas, representantes da esquerda procuraram pelo menos dois generais para saber qual seria a reação nos quartéis caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse solto. À época, não estava cogitada a decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, tomada às vésperas do recesso do Judiciário e derrubada ontem pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. 

De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, o atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro.

Ainda segundo a publicação, que trouxe com exclusividade informações de bastidores, a resposta dos militares foi que esta é uma questão da Justiça, que “é soberana”, e não caberia às Forças Armadas emitir opinião sobre o assunto. Representantes de Lula, entretanto, ouviram a avaliação militar que a soltura de Lula seria uma tentativa de criar instabilidade antes da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). 
O senador Jorge Viana (PT-AC) esteve com Etchegoyen em audiência no início do mês. Também se encontrou com Villas Bôas, conforme apurou o Estado. Outro interlocutor que conversou com outros generais foi o ex-ministro da Defesa na gestão petista Celso Amorim. Procurado, Viana não quis se manifestar. Uma das preocupações era com a saúde de Lula. 

Esta não foi a primeira vez que o PT buscou militares para tratar do caso Lula. Em 27 de abril, Amorim procurou interlocutores militares para tentar transferir Lula da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para um quartel do Exército e ouviu que a medida não tinha amparo legal. Além de ser ilegal, esta era última coisa que os militares queriam – consideravam inadmissível Lula preso em unidade militar.

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